Depois de uma partida terminada com igualdade no marcador, para ambas as equipas, os treinadores do FC Famalicão e Boavista fazem a análise de mais um jogo, embora com tons diferentes:
- João Pedro Sousa (treinador do Famalicão): “Em todos os jogos, no fim, falo com o presidente. O que lhe disse é que não estou satisfeito. Ele também não está. Ninguém fica satisfeito quando não se ganha. Há muita coisa para melhorar e temos uma série de jogos para tentar melhorar e regressar às vitórias e esse é o meu objetivo. É o que faço todos os dias, tentar melhorar e tentar ganhar mais vezes do que perder.
Foi uma entrada forte do Boavista. No entanto, nós estivemos sempre equilibrados, sempre organizados. As estruturas táticas encaixaram umas nas outras. O que desmonta é a capacidade individual. Tem a ver com os duelos. Chegámos a ser superiores na primeira parte, mesmo depois de chegar ao primeiro golo. Tivemos situações em que nos aproximámos da baliza do adversário. No entanto, não conseguimos marcar.
Na segunda parte, há uma reação do Boavista. Mais fortes e mais incisivos na pressão da nossa primeira fase de construção. Deixou-nos ali um bocadinho desconfortáveis. No entanto, até determinada altura, conseguimos controlar o jogo. Mas imediatamente antes de sofrermos o golo, já sentíamos que estávamos a perder o controlo do jogo. A pressão já começava a ser um bocadinho forte do Boavista, não conseguimos manter a posse de bola, já não chegávamos à profundidade. E acabámos por sofrer o golo.
A equipa não se desorientou. Mas, infelizmente, tivemos o problema do Henrique, terminámos com menos um jogador. Ainda tivemos uma oportunidade do Francisco Moura, que a bola vai ao poste.
Acaba por se aceitar o resultado porque houve equilíbrio”.
- Ricardo Paiva (treinador do Boavista): “Fica um amargo de boca por aquilo que fizemos na segunda parte. No entanto, quando se conquista um ponto nesta nossa caminhada, é sempre um ponto.
Acho que entrámos bem no jogo, conseguimos ter uma ideia clara do que tínhamos para fazer. Chegámos com perigo à baliza, depois acabámos por sofrer, ficando em prejuízo no jogo. E, de alguma forma, podia surgir o fantasma dos últimos jogos. Mas a equipa deu uma resposta fantástica e conseguimo-nos encontrar, trazer as nossas ideias para o campo. Corrigimos algumas coisas ao intervalo e acho que fizemos uma segunda parte muitíssimo bem conseguida. E, por isso, falo da questão da vitória que acho que nos assentaria bem.
Nós temos adversários. E os adversários têm as suas valias, as suas armas, que nos obrigam também a saber defender, a saber estar por baixo. Isto acontece em todos os jogos. Não me pareceu que tivemos essa quebra na segunda parte, e na primeira parte não me pareceu que fosse assim tão vincada. O Famalicão tem as duas armas, é uma equipa com a ideia de jogo clara, cria bastante perigo, empurra o adversário para trás. Nós conseguimos ajustar e ir ao encontro do que o jogo pretendia.
Mérito do Famalicão que se organizou e soube fechar a baliza. Nós tivemos a infelicidade de não fazer mais golos válidos, mas temos de dar mérito ao adversário”.