Famalicão
CDS-PP de Ribeirão defende Leonel Rocha e acusa oposição de esgotar tentativas de entendimento
O dirigente do núcelo do CDS-PP de Famalicão, Bruno Correia manifestou o seu desagrado com a atual situação política na freguesia de Ribeirão, depois de um impasse que levou à renuncia de mandato do atual executivo, liderado por Leonel Rocha.
Bruno Correia lamenta o tempo dispendido em todas as “tentativas de entendimento” com a oposição, desvalorizando “todas as novelas criadas em torno deste assunto evitando todo o tipo de polémicas e ataques pessoais”.
Comunicado:
“RIBEIRÃO MERECE RESPEITO!
A badalada demissão do Executivo da Junta de Freguesia de Ribeirão acontece pouco
mais de um ano depois das eleições autárquicas e talvez peque por tardia depois de se terem
esgotado todas as tentativas de entendimento, durante todo este tempo o CDS-PP de Ribeirão
(assim como todo o restante grupo da coligação com o PSD) desvalorizou, e vai continuar a
fazê-lo, todas as novelas criadas em torno deste assunto evitando todo o tipo de polémicas e
ataques pessoais, colocando o foco exclusivamente no trabalho que nos compete, contudo é
minha obrigação esclarecer os Ribeirenses daquilo que pessoalmente acreditava já ser óbvio
para todos, mas pelos vistos não o é.
Contextualizando, a coligação Mais Ação Mais Famalicão (PPD-PSD/CDS-PP) venceu
estas eleições no final de 2021 sem maioria absoluta. Quando isto acontece, a força política
vencedora assume as funções do executivo e a restante representatividade eleitoral da
população em causa é feita na Assembleia de Freguesia, em parte, é para isso que ela existe!
Depois de tanta tinta corrida é lamentável isto não ter sido entendido ou aceite por
políticos com tantos anos de experiência. Nesse sentido, a coligação propôs a formação de um
executivo composto por elementos da coligação e os lugares da Assembleia constituídos pelos
elementos das três forças políticas de acordo com o resultado eleitoral pelo método de Hondt
(PSD/CDS: 6 elementos, Movimento Independente “Juntos Por Ribeirão” / IL: 5 elementos e
PS: 2 elementos). Os elementos do movimento independente “Juntos Por Ribeirão” / Iniciativa
Liberal e do Partido Socialista reprovaram a formação deste executivo por, segundo eles, “não
respeitar a representatividade da escolha dos Ribeirenses”, argumento este que está desde já
refutado no parágrafo anterior. De salientar ainda que esta votação, que tem como
pressuposto legal ser realizada em urna, protegendo o secretismo do voto foi alvo de uma
violação a este mesmo princípio, onde os elementos do JPR e PS combinaram fotografar o
boletim de voto e já o confirmaram publicamente.
Contudo, e porque a lei assim o prevê, existe a possibilidade de no executivo
constarem elementos de outras forças políticas, apesar de ser eticamente inaceitável, tendo
em conta este contexto, uma vez que nesta situação teríamos os JPR e/ou o PS a fazer
oposição ao próprio executivo (que foi o que mais tarde veio a acontecer), neste sentido o
Presidente da Junta Leonel Rocha mostrou-se aberto a dialogar com a oposição para vincar um
acordo que fosse favorável para todos e para Ribeirão. Pela parte do PS, que usou do
argumento anterior, queria representatividade no executivo, mas recusou um lugar oferecido
no mesmo, foi-lhe proposto o lugar de presidente da Assembleia de freguesia que também
recusou alegando de seguida que “o seu voto não estava à venda”. Se há algo que se pode
apontar ao Presidente da Junta é ter sido demasiado generoso com a oposição. Já o
movimento independente “Juntos Por Ribeirão” / Iniciativa Liberal, perderam as eleições, no
entanto foi-lhes oferecido dois lugares no executivo (em quatro disponíveis), a função de
Presidente da Mesa da Assembleia e as funções dos respetivos secretários. Eu não seria tão
generoso, mas louvo todas as cedências do nosso Presidente de Junta para que pudéssemos
finalmente terminar com este processo e colocar mãos à obra. Meio ano depois o acordo é
finalmente selado e aproveito para agradecer a dedicação dos dois vogais que transitaram do
executivo anterior durante este processo de gestão. Daí em diante, o executivo da Junta
funcionou como uma equipa e parece que colocar os interesses de Ribeirão à frente de
qualquer cor política causou algum descontentamento na oposição, apoiado apenas nas
declarações recentes de Paula Cristina Santos e dos elementos do executivo aquando da
conferência de imprensa onde anunciaram a sua renúncia ao mandato.
Nestes escassos meses de trabalho foi óbvio todo o desenvolvimento na vila, o
tremendo investimento feito na cultura e na educação foi por demais evidente, a comunicação
foi extremamente melhorada, as situações pendentes nos últimos anos foram retomadas, um
vasto número de vias e infra-estruturas foram melhoradas, foram organizados eventos
festivos, culturais, desportivos, musicais, entre outros e deu-se especial atenção à ação social e
apoio às associações. Por isto tudo e muito mais louvo publicamente o executivo
demissionário da junta de freguesia que fez um trabalho notável e soube trabalhar em união
resolvendo as suas diferenças desde o primeiro dia.
Nos últimos dias os vários partidos têm feito algumas declarações acerca do assunto
de forma “pouco cuidada”, sempre desvalorizei este tipo estratégia a roçar muitas vezes a má
educação e faltas à verdade, continuarei a fazê-lo, mas é meu dever na função que ocupo
defender a honra das equipas e organizações que represento.
Relativamente ao Movimento Independente Juntos Por Ribeirão, constituído por
elementos por quem nutro enorme estima e reconheço muitas competências, entristece-me
por ter tomado este rumo, contudo, se há um ano atrás fosse compreensível que os
ribeirenses fossem levados pela dúvida hoje não há desculpa para que não se entenda isso, à
sua líder gostaria apenas de dizer que no que se refere à política nem todos temos “telhados
de vidro”, eu levo 20 anos de serviço público em funções políticas concelhias, distritais e
nacionais e sempre me vi longe desse tipo de “construção”.
A Comissão Política Concelhia do Partido Chega fala em “lamaçal de acusações,
dúvidas e incertezas”, o partido sabe que este sempre foi unilateral e de que lado é que vêm,
não participar desta estratégia foi uma opção que talvez nunca nos tenha beneficiado
politicamente, mas é assim que queremos continuar, no entanto e, infelizmente, também na
política parece que “quem cala consente” mas há um momento em que é mesmo preciso dizer
Chega! Ao líder ribeirense deste partido continuamos a contar com o seu contributo.
A CPC do PS também quis dar o seu parecer através de comunicado do seu presidente
Eduardo Oliveira, por quem sempre lhe reconheci cordialidade no trato e estas declarações
causaram-me alguma surpresa, por isto peço que se retrate publicamente do mesmo.
As suas palavras incluem falsas e graves acusações. Os ribeirenses são pessoas de
valores que ao longo dos tempos têm dignificado esta vila, pôr em causa a honra da instituição
que presido, de todos os elementos que a compõem assim como os meus parceiros de
coligação, a maioria deles que trabalham de forma gratuita e desinteressada para a
comunidade, é inadmissível. Nem eu, nem nenhum dos mais de cem ribeirenses que fazem
parte deste projeto admitem que alguém venha de fora acusar-nos de “trapaças”, no
dicionário este termo vem descrito como «Ação desonesta para enganar alguém. = BURLA,
DOLO, ENGANO, ENREDO», espero que entenda a gravidade da situação e comunique
imediatamente o seu pedido de desculpas.
Para além das “trapaças” o Presidente concelhio do PS diz ainda que “A renúncia da
coligação PSD-CDS não passa de uma artimanha com objetivos meramente eleitoralistas e
significa uma traição grave à confiança da população de Ribeirão”, talvez queira explicar aos
ribeirenses porque é que o PS só levou um deputado à assembleia e depois venha novamente
falar sobre artimanhas eleitoralistas e traição.
O PS e os “Juntos por Ribeirão falam em “traição” e “desonrar o voto de confiança dos
ribeirenses”, como podem os ribeirenses confiar em equipas que não honram nem os seus
próprios elementos.
Eduardo Oliveira fala ainda em “má gestão de dinheiros públicos”, lembro-lhe que criar
uma nova assembleia para aprovar um orçamento cujo erro já estava a priori corrigido
também tem custos para todos nós.
Importa ainda sublinhar que o executivo da junta não renunciou às suas funções
(apenas) pelo orçamento não ter sido aprovado e por isso talvez seja importante que assistam
novamente à conferência de imprensa realizada para esse fim e entendam também que para
além do presidente de junta, dois elementos indicados pela coligação PSD/CDS e dois
elementos indicados pelo Movimento Independente Juntos por Ribeirão constituem a equipa
que desenhou e levou à votação este orçamento, e agora como ficamos Paula Cristina Santos?
Quando as coisas funcionam bem somos uma equipa e até exigimos que o elemento do
executivo faça campanha pelos ”juntos” enquanto está ao serviço da junta de freguesia e
quando existem erros ou as coisas não correm tão bem já somos oposição e rejeitamos
responsabilidades?
Tenho curiosidade em perceber como as CPC do PSD e da Iniciativa Liberal vêm esta
situação.
Para encerrar este assunto e o presente comunicado recordo que o erro no orçamento
existiu, o erro foi imediatamente assumido e proposta uma solução em simultâneo. Não votar
favoravelmente este orçamento, dentro de algumas condições, atendendo ao erro em causa,
seria até compreensível e aceitável, mas quem esteve presente nessa assembleia sabe o que
viu e ouviu, se todos os ribeirenses estivessem lá não duvido que a maioria absoluta
partilhasse da indignação de alguns dos elementos do público que perto do fim foram ao
púlpito manifestar o seu desagrado com a atuação desta oposição.
Resta aos ribeirenses decidir se é este tipo de política que querem para a nossa vila.
Bruno de Azevedo Correia
Presidente do CDS-PP de Ribeirão”
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