Perdas que rondam os 76% foram contabilizadas, durante este fim de semana, pela Associação de Marcas de Retalho e Restauração, que considera este saldo “catastrófico” para o setor.
Numa nota divulgada a associação explica que “terminou ontem (domingo) o primeiro fim de semana com recolher obrigatório entre as 13:00 e as 05:00 em 114 concelhos do país, decretado pelo Governo ao abrigo do mais recente estado de emergência e, segundo os dados recolhidos junto das mais de 3.500 lojas associadas da AMRR, as perdas são vertiginosas”, sublinham.
A AMRR ressalva que “embora as medidas decretadas tenham afetado mais os municípios com recolher obrigatório, as perdas superiores ao habitual foram sentidas em todos”, acrescentando que teme que no próximo fim de semana, “com o aumento para 191 dos concelhos com recolher obrigatório, as perdas sejam ainda mais elevadas”, sendo que “há já muitos lojistas a pensarem se valerá a pena abrir portas”.
“Foi um fim de semana catastrófico para o retalho e restauração, que vem fragilizar ainda mais as empresas destes setores. Recordo que são mais de 375.000 empregos suportados por estas indústrias e, sem apoios concretos e decisivos, e ainda sem nos deixarem abrir as portas para trabalharmos, muitas serão obrigadas a fechar portas e a mandar pessoas para o desemprego”, diz Miguel Pina Martins, presidente da AMRR, citado na mesma nota.
O dirigente associativo compreende “o esforço feito em controlar a pandemia nesta fase”, mas, alerta, “é preciso olhar para as medidas com muito cuidado, uma vez que a redução de horários de funcionamento de lojas e restaurantes leva inevitavelmente a maiores concentrações e aglomerados no curto espaço de tempo em que estão abertas”.
Segundo Miguel Pina Martins, “um horário mais alargado permite um fluxo de pessoas mais espaçado no tempo, para que todos possam visitar as suas lojas e restaurantes com maior segurança”.
O presidente da AMRR lembra ainda que “o tema das rendas é essencial”.
“O que pretendemos é que haja justa e equitativa repartição de sacrifícios. Estamos certos que os partidos políticos não se deixarão condicionar por pressões dos grandes fundos imobiliários e adotarão, em sede de discussão da Assembleia da República, a posição patriótica e que melhor defende a economia e o emprego, permitindo a manutenção de milhares de postos de trabalho”, concluiu.