Siga-nos nas redes

Economia

Maior parte dos portugueses não consegue poupar mais do que 10% do seu salário

Publicado

em

Mais de 60% dos portugueses só consegue poupar menos de 10% do seu salário líquido e 38% guarda nem 5% do que recebe, segundo o estudo “Consumer Sentiment Survey 2024” da Boston Consulting Group (BCG), divulgado esta quinta-feira.

Anunciados pela consultora no Dia Mundial da Poupança, estes dados relativos aos hábitos de poupança dos portugueses representam uma ligeira recuperação face aos 66% e 41%, respetivamente, registados em 2023.

O estudo – realizado anualmente para aferir os hábitos de consumo, despesa e poupança em Portugal – conclui ainda que dois em cada 10 portugueses (20%) poupa entre 10% a 20% do seu salário líquido, um aumento de quatro pontos percentuais face ao ano passado, enquanto 9% reserva 20% a 30% e, tal como em 2023, apenas 5% consegue economizar mais de 40% do que aufere.

Quando conseguem poupar, 63% dos portugueses destinam essa fração dos rendimentos para responder a potenciais imprevistos, 39% para acumular para a reforma e 33% para viajar, sendo que nestas duas últimas categorias se verificou uma subida de três pontos percentuais face a 2023.

Já comprar casa é uma prioridade para a alocação da poupança para 22% dos inquiridos, dois pontos percentuais acima do ano passado, seguida de comprar um carro (13%) e gastar noutros bens de consumo (10%), percentagens que se mantêm inalteradas face à edição anterior do estudo.

Citado num comunicado, o ‘managing director’ e ‘partner’ na BCG Lisboa nota que “a maioria dos portugueses continua a não conseguir poupar, gastando a maior parte do que aufere com necessidades básicas e alocando o capital que consegue amealhar em investimentos de baixo risco”.

“Neste contexto, as empresas devem tentar diferenciar a oferta, otimizando a sua estratégia de preços e descontos e melhorando o seu ‘modus operandi’ na promoção e distribuição de produtos, bem como os canais físicos e digitais onde estão presentes, de modo a serem mais atrativas para os consumidores”, afirma Tiago Kullberg.

“Paralelamente, urge apostar em literacia financeira a nível nacional como um instrumento para termos cidadãos mais bem informados e capacitados”, acrescenta.

Relativamente aos hábitos de consumo, a BCG dá conta de algumas alterações face ao ano passado, com 58% dos portugueses a revelarem ter sentido um aumento nos gastos com alimentação, 36% com farmácia e saúde, 35% com o veículo pessoal, 34% com a renda da habitação e 36% com restauração.

Segundo a consultora, “o aumento da despesa em necessidades básicas provocou uma queda acentuada dos gastos noutras categorias”, nomeadamente entretenimento fora de casa (-34%), roupa e acessórios (-34%), viagens e férias (-31%), perfumaria e maquilhagem (-22%) e bebidas alcoólicas (-21%).

E, nota, “apesar de a maior parte das variações em gastos terem afetado todas as faixas etárias, o aumento de gastos com farmácia e saúde foi principalmente sentido pela população sénior (57%), enquanto os mais jovens e adultos foram os que mais sentiram um aumento da fatura com renda (37%)”.

Do trabalho resulta ainda que os portugueses “continuam a ter um perfil de investimento bastante conservador, preferindo alocar as poupanças em produtos de baixo risco”.

O estudo detalha que os jovens adultos recorrem sobretudo a depósitos à ordem (38%) e depósitos a prazo (36%), mas são, ainda assim, a faixa etária que mais investe em ações e obrigações, alocando cerca de 18% dos seus recursos a esta classe de ativos. Em contrapartida, alocam menos de 10% dos recursos em fundos de pensões e em ativos não financeiros.

Já entre os portugueses de meia-idade destacam-se os depósitos à ordem e os depósitos a prazo, com 36% e 37% do total, respetivamente, enquanto as ações e obrigações perdem relevância (14%), tal como os ativos não financeiros (3%), ganhando importância os fundos de pensões (9%).

Quanto à população com mais de 65 anos, grande parte dos recursos (84%) são investidos em depósitos a prazo e à ordem, sendo os fundos de pensões (7%), as ações e obrigações (6%) e os ativos não financeiros (4%) as aplicações de investimento menos atrativas.

Comparando homens com mulheres, a BCG nota que os primeiros (18%) têm maior propensão a investir em ações e obrigações (18% contra 10%), revelando “uma assimetria significativa em termos de perfis de risco”.

O “Consumer Sentiment Survey 2024” tem como base um inquérito a 1.000 portugueses em todo o território de Portugal continental, conduzido entre 06 e 20 de agosto de 2024, com base em 38 perguntas relacionadas com o sentimento dos inquiridos relativamente aos seus hábitos de consumo este ano.

PARTILHE ESTE ARTIGO:

PASSOU EM DIRETO

Publicidade Publicidade

pub

LER JORNAL

Artigos Recentes

Famalicãohá 34 minutos

Famalicão: 50 anos do Agrupamento de Escuteiros de Ruivães em destaque no Lés a Lés

No próximo dia 8 de novembro o Agrupamento 444 do Corpo Nacional de Escutas em Ruivães completa 50 anos de...

Sociedadehá 54 minutos

Famalicão: Colisão rodoviária em Vermoim fez dois feridos

Dois feridos, são o resultado de uma colisão rodoviária registada, na tarde desta quinta-feira, na Avenida João XXI, em Vermoim,...

Paíshá 1 hora

Agricultores afetados pelos incêndios de setembro declararam até agora 2,4 milhões em prejuízos

Os agricultores afetados pelos incêndios de setembro na região Norte declararam, até hoje, 2,4 milhões de euros de prejuízos, de...

Bragahá 2 horas

ASAE: Mais de 114 mil ovos apreendidos em estabelecimentos ilegais em Braga

A Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE) apreendeu 114 mil ovos, com valor superior a 410 mil euros,...

Paíshá 2 horas

Doença da língua azul já provocou a morte de mais de 1.700 animais em explorações agrícolas de Norte a Sul

A doença da língua azul já afetou, pelo menos, 279 explorações de bovinos e ovinos, sobretudo em Évora e Beja,...

Paíshá 2 horas

Norte de Portugal e Galiza lançam programa para a inclusão da igualdade de género no trabalho

O Norte de Portugal e a Galiza, em Espanha, lançaram o programa transfronteiriço Iqual Campus, que tem por objetivo uma...

Guimarãeshá 2 horas

Festival Mucho Flow traz música moderna e alternativa a Guimarães até sábado

O festival Mucho Flow deu início à sua 11.ª edição, que até sábado vai levar mais de 20 artistas a...

Paíshá 2 horas

Estudo revela que a exposição a poluentes tem impacto nas doenças neurodegenerativas

Um trabalho da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) concluiu que os poluentes têm impacto no aumento das...

Economiahá 2 horas

Transportes de 10 mil euros ou mais têm de ser declarados ao fisco

As pessoas que, à entrada ou saída de Portugal, de ou com destino a um território fora da UE, que...

Paíshá 2 horas

Deputados aceitam pedidos para desagregar freguesias aprovados até 21 de dezembro de 2022

A comissão parlamentar do Poder Local validou um parecer segundo o qual apenas analisará os pedidos de desagregação de freguesias...

Arquivo

Mais Vistos