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Associação Portuguesa de Defesa do Adepto critica decisões do Governo sobre a presença de público nos estádios

FUTEBOL - Adeptos voltaram a poder a assistir ao vivo a um jogo de futebol, durante o jogo Santa Clara - Gil Vicente (0-0), a contar para a jornada 3 do campeonato da Liga 2020/2021. Estadio de Sao Miguel, em Ponta Delgada. Sabado, 03 de Outubro de 2020. (ASF/SIMAS AMARAL)

As decisões do Governo sobre a presença de adeptos nos estádios de futebol durante a pandemia de covid-19 são “para inglês ver”, disse hoje a presidente da Associação Portuguesa de Defesa do Adepto (APDA).

Martha Gens frisou que “não se percebe qual é a posição do Governo” em relação a este tema, no mesmo dia em que o secretário de Estado da Juventude e do Desporto confirmou que a final da Taça de Portugal, entre Benfica e Sporting de Braga, não terá público nas bancadas.

A posição do Governo contrasta com a decisão de receber a final da Liga dos Campeões, no Estádio do Dragão, no Porto, que será disputada entre as equipas inglesas do Manchester City e do Chelsea.

“É para inglês ver. Afinal, são duas equipas inglesas que têm direito a 25% da capacidade de um estádio em Portugal, enquanto os adeptos portugueses parece que andam a mendigar essa possibilidade. Esta não é a forma de olhar para a pirâmide institucional que deve ser o futebol”, criticou a presidente da APDA.

Segundo a representante dos adeptos, “é estranho” que a UEFA tenha garantido que, fosse qual fosse o destino, a final da Liga dos Campeões “teria adeptos e, eis senão quando escolhem um país onde não há adeptos nos estádios há um ano e meio”.

“Pode ser que se retirem conclusões para a próxima época, ou que tenha de vir o senhor Aleksander Čeferin [presidente da UEFA] a Portugal para dizer que efetivamente os portugueses não têm de ter receio de frequentar um estádio de futebol”, desabafou Martha Gens.

O secretário de Estado da Juventude e do Desporto disse hoje que a final Taça de Portugal de futebol entre Sporting de Braga e Benfica, que será disputada domingo, em Coimbra, não terá público.

João Paulo Rebelo revelou que o Governo não coloca a hipótese de permitir a presença de público na final a ter lugar em Coimbra, como uma espécie de teste-piloto, à semelhança do que fez para a última jornada do campeonato, decisão que a Liga de clubes hoje declinou em nome da equidade entre os clubes.

O governante reconheceu que esse é um cenário que não coloca nesta altura e, questionado se se pode vir a colocar, respondeu que “não haverá condições para que isso aconteça”.

“Até porque fomos muito claros na abertura dada: era à I Liga, na última jornada e não se falou em nada da final da Taça de Portugal”, disse.

Questionado sobre a presença de público na final da Liga dos Campeões, no Estádio do Dragão, no Porto, entre o Manchester City e o Chelsea, o governante notou que esse era “um requisito” para que o jogo viesse para Portugal.

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