Riba d’Ave e Sporting de Tomar querem “impor o seu jogo”, mas rejeitam assumir favoritismo para a meia-final da WSE Cup, no sábado, que vai decidir o representante luso na final de domingo, em Igualada, Espanha.

Treinador do Riba d’Ave desde a época 2020/21, Raúl Meca Lopes vê a presença na ‘final four’ como “um prémio” para o trabalho dos jogadores e defende que o conjunto que melhor expresse a sua forma de jogar no sábado, a partir das 18:45 locais (17:45 de Lisboa), estará mais perto da final de domingo, agendada para as 12:15 na Catalunha (11:15 de Lisboa).

“Divido o favoritismo pelas duas equipas. Quem conseguir impor o seu estilo de jogo por mais tempo terá vantagem. O nosso grande objetivo é impor o nosso jogo e as nossas ideias, frente a uma equipa que já defrontámos duas vezes nesta época”, disse à Lusa o técnico da equipa sorteada como ‘anfitriã’.

Depois de eliminar o Caldes (Espanha), nos oitavos de final, e o Sarzana (Itália), nos quartos, a formação do concelho de Famalicão defronta o conjunto tomarense, que derrotou na primeira volta do campeonato nacional (4-1), antes de ser goleado na segunda (7-1).

Raúl Meca Lopes frisa que o Sporting de Tomar é uma equipa “muito organizada” e que “gosta muito de ter a bola”, o que deve motivar os seus jogadores a serem “muito pressionantes e agressivos sobre o portador da bola” e a “afastarem as linhas” nos momentos de posse, para tornarem “o jogo mais aberto” e disporem de “mais espaço para atacar”.

O ‘timoneiro’, de 36 anos, considerou ainda que os seus pupilos devem estar “muito unidos” e ser “fortes defensivamente” para atingirem a final de uma prova com “quatro equipas competentes”, o que, a confirmar-se, será um “feito inédito” para o Riba d’Ave, emblema que também disputou a ‘final a sete’ da WSE Cup em 2020/21.

“São quatro equipas capazes de vencer. Vai ser um desafio muito grande às nossas capacidades. Na final, será um jogo contra uma equipa espanhola, a equipa da casa [Igualada] ou um conjunto [Lleida] que já ganhou muitas vezes a competição”, disse.

Convencido de que o Igualada, detentor do troféu, é o favorito a vencer a competição no Poliesportiu Les Comes, recinto com “pista em mosaico”, a que as equipas lusas estão “pouco habituadas”, o treinador do Sporting de Tomar realça que, antes, é preciso derrotar o Riba d’Ave, equipa “muito difícil, aguerrida e lutadora”.

“Quando se trata de meias-finais e de finais, tem de ser no campo que uma equipa tem de se impor à outra. Manda a minha experiência que sejamos prudentes. É um jogo de importância máxima, onde temos de apresentar a nossa melhor versão. Só a nossa melhor versão pode ganhar ao Riba d’Ave”, afirmou à Lusa Nuno Lopes.

Ao ‘leme’ dos ribatejanos desde a época 2018/19, o técnico, de 53 anos, avisou que a sua equipa tem de “querer mandar no jogo” e criar oportunidades, num duelo entre formações que “marcam pouco”: o Sporting de Tomar soma 55 golos no campeonato, prova em que é nono, e o Riba d’Ave, 12.º da tabela, contabiliza 59.

“Não somos equipas com ‘veia’ goleadora, mas que trabalham muito e criam muitas oportunidades. Espero que os meus jogadores estejam com a ‘mão quente’”, detalhou o ‘timoneiro’ do conjunto que eliminou a Juventude Pacense, nos oitavos de final, e os espanhóis do Voltregà, nos quartos.

O treinador que venceu a Taça CERS, antecessora da WSE Cup, pelo Sporting, na época 2014/15, reconheceu também que o “fator emocional” vai ser crucial na ‘final four’, apesar da experiência dos jogadores nos ‘palcos’ europeus, fruto das participações tomarenses na fase principal da Liga dos Campeões, em 2021/22 e em 2023/24.

“Os jogadores têm de se controlar muito bem para não deixarem que as emoções se tornem negativas. Uma meia-final já é uma final. Não há volta a dar. Será uma final no sábado e só um seguirá em frente. Queremos fazer tudo para ver o Sporting de Tomar seguir em frente”, finalizou.

Antes da meia-final portuguesa, o Igualada e o Lleida, vencedor da competição por três vezes, protagonizam uma semifinal catalã, às 16:15 locais (15:15 de Lisboa) de sábado.