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Autarcas de Famalicão, Trofa e Santo Tirso defendem criação da Mobiave após críticas do presidente da TMP

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O presidente da Transportes Metropolitanos do Porto (TMP) e vários especialistas do setor criticaram hoje a criação da rede Mobiave em Famalicão, Trofa e Santo Tirso, por representar mais uma autoridade de transportes em territórios onde já existiam.

“Ainda ontem [quarta-feira] foi – com toda a legitimidade, mas com razões históricas que hoje não aconteceriam – lançada a Mobiave. Não justifica. Se cada CIM [Comunidade Intermunicipal] ou se cada Área Metropolitana tem a sua operação estabilizada, tem que ser capaz, nas zonas fronteiriças, de criar dinâmicas”, considerou hoje Marco Martins.

O presidente da TMP falava no Seminário de Transporte Rodoviário do jornal Transportes & Negócios, que decorreu hoje num hotel no Porto, onde defendeu ser necessário cada entidade intermunicipal se “articular com as CIM vizinhas, até para evitar novas autoridades” de transporte.

Em causa está a criação da Mobiave, que arrancará no dia 01 de abril em três concelhos de fronteira entre a Área Metropolitana do Porto (AMP) e a CIM do Ave, no caso Trofa e Santo Tirso (AMP) e Vila Nova de Famalicão (CIM Ave), implicando que para cada uma existam duas redes de transportes: a Unir e a Ave Mobilidade, respetivamente, que também atuam nos concelhos mas com abrangências geográficas diferentes.

Marco Martins disse compreender “os autarcas de Famalicão, Santo Tirso e Trofa, porque, quando tiveram este problema, por razões históricas, não tinham na AMP e na CIM do Ave uma solução”, mas considerou necessário “não generalizar, não proliferar autoridades”.

O professor universitário e presidente da consultora Trenmo Álvaro Costa também abordou a questão da Mobiave, falando em “situações em que a não integração das redes vai fazer com que os problemas se vão mantendo no tempo”.

Em declarações aos jornalistas, disse que “quem entendia de mobilidade na zona entendeu que Famalicão estava mais conectado com Santo Tirso e com a Trofa e criou o seu núcleo para gerir assim”.

“Não precisa de ser assim. No fundo, o que é preciso é entender as redes dos outros sítios. Quis condicionar as redes dos outros sítios, que devia ter deixado serem os outros sítios a condicionar, em negociação”, considerou.

O académico crê que no futuro será necessário “ajustar as datas” dos concursos públicos e “preparar isso com cerca de três anos de antecedência ou dois, para depois haver uma redefinição das redes que tenha essa nova coerência”.

Já Tiago Ferreira, da CIM do Cávado, criticou o facto de “ter sido dado um poder discricionário para as autoridades de transporte se organizarem como quisessem” por todo o país, e, numa referência indireta à Mobiave, contestou a existência de autoridades de transportes que abrangem “metade de um município”.

O presidente da AMP, Eduardo Vítor Rodrigues, já se tinha manifestado preocupado com a proliferação de autoridades de transporte, defendendo uma unificação do setor na TMP, que gere a rede Unir.

A Mobiave arranca na terça-feira com informação em tempo real, 90 linhas, 180 motoristas, 110 autocarros e mais de 2.700 paragens.

Os autarcas dos três municípios defenderam a pertinência da criação da Mobiave, cuja operação foi concessionada à Transdev, durante sete anos, por 76,5 milhões de euros.

“Não havia nenhuma garantia, nem por parte da Área Metropolitana do Porto que, como é sabido, tem muitos problemas na sua rede que ainda não estão resolvidos, há muitos anos, e da própria CIM do Ave, que é uma rede um pouco minimalista”, considerou na quarta-feira o presidente da Câmara de Famalicão, Mário Passos.

Já o presidente da Câmara da Trofa, António Azevedo, considerou que a Mobiave “nasceu porque a Unir, em termos de concelho da Trofa, não tinha linhas nalgumas zonas que eram muito importantes”.

Alberto Costa, presidente da Câmara de Santo Tirso, considerou que os sete anos de concessão “vão decidir” se o modelo da Mobiave é o adequado, aguardando para ver “como vai correr” a concessão” e “como vai correr a concessão da Unir”.

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