Economia
Preços de casas sobem em Janeiro
O ano de 2021 começa com algumas boas notícias para proprietários e para o sector imobiliário em particular. Após um ano onde a incerteza imperou e os efeitos do estanque económico se fizeram sentir, é com agrado que uma vez mais a resiliência deste segmento se comprova.
Num mundo a duas velocidades, são os setores da economia que puxam pela esperança dos demais que se encontram, ainda, privados de exercer a sua atividade por inteiro (ou de todo). Com efeito, o imobiliário usufruiu até 2019 de uma das mais prósperas eras de que há memória.
Impulsionados pela elevadíssima procura turística, os preços praticados nos centros urbanos rapidamente se tornaram notícia pela constante quebra de recordes. No contraponto e ausência de visitantes resultantes da pandemia, as expetativas não podiam ser mais negras.
Apesar dos desafios apresentados, o preço médio de venda a nível nacional aumentou 0,5% em janeiro de 2021 em comparação ao mês anterior. É a Imovirtual que o revela, no seu mais recente barómetro de preços. Desta feita, o valor de venda médio em Portugal situa-se nos €347.955.
Bom Momento Para Comprar?
O mercado dá bons sinais, nomeadamente com um historial de resiliência através da atual crise. Será, porém, extremamente imprevisível antever os efeitos do final das moratórias de crédito no mercado imobiliário e quando poderemos efetivamente assistir a uma reabertura da economia.
O panorama atual dos grandes centros urbanos como Lisboa e Porto, aos quais se juntam Faro e a Região da Madeira refletem valores incomportáveis para a maioria dos comuns mortais. Com um preço médio de venda de €556.290 em janeiro de 2021 colocam a fasquia bastante elevada. Segue-se o Porto, com €309.469. Uma variação de 0,4% no primeiro caso e -0,4% em relação ao mês anterior que, se revela ainda assim muito insuficiente para a maioria.
Felizmente, existem outros distritos onde os preços ainda são relativamente acessíveis. Tais exemplos colocam o distrito de Évora ou Bragança numa linha muito mais comportável. Pese ainda o facto dos preços se encontrarem atualmente numa curva descendente.
Évora registou uma quebra de -4,7% entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021. Os valores médios praticados situam-se atualmente nos €194.801, uma realidade completamente distinta dos lugares cimeiros da tabela nacional. No mesmo sentido, Bragança regista uma quebra mais suave na ordem dos -1,6% para um valor de €214.479.
Nesta lista incluímos ainda Viseu, onde a variação de preços na ordem de -1,3% coloca o preço médio ainda mais apelativo nos €172.082. Como tal, qualquer um destes três belíssimos distritos terá argumentos suficientes para convencer quem procura nova casa.
O Futuro do Imobiliário é Risonho?
A futurologia é uma “ciência” complexa. Seguindo os indicadores macroeconómicos e o desempenho do sector em particular, tudo indica que sim. As provas de resiliência dadas ao longo da pandemia assim aparentam indicar.
Qualquer retoma do turismo, por muito parca que venha a ser ao longo de 2021, trará estímulo à economia no geral e ao mercado imobiliário em particular. É, porém, essencial que se observem mecanismos mais bem estruturados de apoio aos proprietários para evitar que os avultados investimentos cedam à pressão do final das moratórias de crédito.
O contínuo crescimento global do sector em Portugal indica, no mínimo, que existe uma crença profunda de que esta crise seja meramente temporária até que os ritmos de crescimento galopante voltem a surgir no horizonte.
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