País
PJ e Guardia Civil desmantelam organização do Alto-Minho que construía lachas rápidas para o tráfico de droga
A Polícia Judiciária e a Guardia Civil desmantelaram uma organização criminosa dedicada à construção de “lanchas rápidas”, alegadamente utilizadas para transporte de “grandes quantidades” de droga que era introduzida na Europa através de Portugal e Espanha, foi hoje anunciado.
Em comunicado, a PJ refere que a operação foi desenvolvida em cooperação com a Guardia Civil (espanhola) em diferentes regiões de Portugal e Espanha, e incluiu buscas a oito empresas e armazéns no Alto Minho, na margem sul do Tejo em Lisboa e no Algarve, “a que se somaram dezenas de ações similares em diferentes regiões de Espanha”.
Em Portugal “foi cumprido um mandado de detenção europeu”, tendo sido detido um empresário português, de 39 anos, a quem “as autoridades espanholas imputam a pertença da organização criminosa dedicada ao contrabando em concurso com o tráfico de drogas”, e que já foi presente ao Tribunal da Relação de Guimarães, no distrito de Braga, ficando sujeito “à medida de coação de obrigação na permanência na habitação com pulseira eletrónica”.
Segundo a PJ, em Espanha foram ainda detidos 72 suspeitos de integrarem esta organização.
As buscas em Portugal levaram à apreensão de 21 lanchas “em diferentes estados de produção, estando uma já totalmente equipada e dotada com quatro motores de 300 HP (‘horse power’)”, um motor de 225 HP, 10 cascos para lanchas, seis moldes, dinheiro e diversa documentação relacionada com a atividade criminosa em investigação.
Mas, no total, as autoridades dos dois países apreenderam 40 embarcações, “uma dezena das quais apetrechadas e disponíveis a serem de imediato utilizadas pela organização”.
Estas apreensões resultam de investigações feitas em Espanha e Portugal ao longo do último ano e meio, período durante o qual “foram monitorizadas e identificadas múltiplas ações ilícitas da organização criminosa com relevância probatória, tendo sido possível intercetar e apreender uma tonelada de haxixe no sul de Espanha”, acrescenta a PJ.
A cooperação entre entidades policiais teve como alvo “um grupo criminoso constituído em Espanha que, considerando a proibição de produção de ‘lanchas voadoras’ decretada em 2018 em Espanha, se socorreu de empresas portuguesas, a quem faziam encomendas das embarcações”.
As embarcações eram depois preparadas e colocadas em água, “em diferentes pontos da costa portuguesa e espanhola, já carregadas com grandes quantidades de combustível em bidões, destinadas à recolha e transporte de estupefaciente”.
“Na operação em Portugal estiveram envolvidos operacionais da Diretoria do Norte, da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes e da Diretoria do Sul da Polícia Judiciária, bem como da Guardia Civil de Espanha”, conclui a PJ.
Na quarta-feira, fonte policial referiu a Lusa que a operação conjunta estava a decorrer no Alto Minho, nomeadamente em Valença, com buscas a estaleiros de construção de lanchas utilizadas no tráfico de droga.
O jornal La Voz de Galícia afirmava na quarta-feira que a Guarda Civil tinha iniciado uma megaoperação de combate ao tráfico de droga na província de Pontevedra com buscas realizadas também fora da região da Galiza e em Portugal.
A operação, iniciada na manhã de quarta-feira, contou com a participação de “dezenas de agentes” distribuídos por operações em Ourense, Portugal, Catalunha, Andaluzia e Toledo.
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