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Médicos investigam casos recentes de hepatite aguda em crianças. Pediatras reforçam vigilância

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O presidente da Sociedade Portuguesa de Gastroenterologia (SPG) disse hoje não ter conhecimento de casos em Portugal de crianças com hepatite aguda de origem desconhecida, mas recomendou aos pediatras que estejam atentos a manifestações clínicas pouco visíveis.

O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) informou hoje que casos de crianças com hepatite aguda de origem desconhecida já foram registados na Dinamarca, Irlanda, Países Baixos e Espanha.

O presidente da SPG disse à Lusa não ter conhecimento de casos suspeitos em Portugal, mas ressalvou que é importante perceber que “a maior parte das hepatites agudas não se desenvolvem com manifestações clínicas nítidas”, como olhos amarelos ou síndrome gripal muito intenso com dores musculares ou febre.

Segundo Guilherme Macedo, pode existir “uma expressão subclínica de formas de hepatite aguda que não sejam manifestáveis nas suas formas tradicionais”.

“Parece-me uma recomendação útil, neste momento, aos colegas pediatras, que veem a maior parte destas crianças, que em algumas circunstâncias, mesmo que as manifestações clínicas não sejam tão visíveis”, fazer algumas análises ao fígado que permitem identificar se existe uma lesão aguda grave neste órgão, disse o presidente da SPG.

Guilherme Macedo disse que “há alguma agregação geográfica que sugere um agente local ou pelo menos um agente infeccioso que viva numa determinada região, numa determinada população. Esta é a perspetiva mais realista nesta fase”, adiantando que identificar qual é o vírus “é outro dilema”, uma vez que nenhum dos casos detetados testou positivo aos tradicionais vírus da hepatite de “A a E”.

O presidente da SPG considerou que na origem desta doença pode estar uma situação infecciosa (geralmente vírica), tóxica, desencadeada por uma toxina súbita que não tenha sido identificada previamente na natureza ou em algum tipo de produto que esteja a ser consumido, ou uma razão imunológica.

“Também não é de todo disparatado ser considerada num contexto de uma pandemia que ainda está a ter contornos flutuantes em que há algumas mutações ainda a surgir”, afirmou o gastroenterologista, sublinhando que nenhuma destas hipóteses pode, para já, ser excluída.

Mas, apontou, o mais provável é tratar-se de uma infeção aguda por um vírus e, sendo assim, é preciso compreender o porquê de atingir predominantemente crianças abaixo dos 10 anos.

“Atendendo ao que aconteceu nos últimos dois anos, em que houve uma menor exposição das crianças a determinados vírus, nomeadamente ao adenovírus que é um vírus entérico e respiratório, pode haver agora um ressurgimento e uma maior gravidade destas infeções por adenovírus, até porque algumas destas crianças foram positivas para este vírus”, referiu.

Para o especialista, o que surpreende é haver “uma grande desproporção entre a gravidade de manifestações hepáticas, com um síndrome de hepatite aguda, icterícia e com análises de fígado muitíssimo alteradas”.

“Isto sugere uma lesão grave aguda do fígado, que já motivou nalguns casos a transplantação hepática”, lamentou.

Sobre se há alguma recomendação para prevenir a doença, Guilherme Macedo disse não ser possível neste momento porque “há um desconhecimento muito grande” sobre a natureza desta lesão.

“Ainda não sabemos se é um vírus, se é uma toxina ou se é uma reação anormal a um outro tipo de vírus como é o adenovírus”, disse, sublinhando que está a assistir-se este ano a “um recrudescimento do SARS-Cov-2 e a um aparecimento mais intenso de algumas formas de adenovírus”.

Perante esta situação, defendeu, “faz algum sentido haver contenção em relação à exposição das crianças e quiçá dos adultos a circunstâncias que favoreçam muito a transmissão destes vírus respiratórios, nomeadamente grandes aglomerados populacionais”.

Ressalvou, contudo, que esta contenção “não significa nem alarme, nem alguma reserva formal: vale a pena ter alguma atenção até que seja esclarecido o que está a acontecer”.

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