País
Hospitais do Norte tentam solucionar enchentes nas urgências
A Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte) está a reunir-se com hospitais da região com vista a melhorar o sistema de gestão de pessoas que se deslocam às urgências, disse hoje aos jornalistas o presidente Carlos Nunes.
“Na ARS Norte começámos a fazer isso já na semana passada, em que nos reunimos com o São João e com os dois ACES [Agrupamento de Centros de Saúde] que drenam para o São João, para procurar encontrar soluções para resolver esse problema”, disse hoje aos jornalistas Carlos Nunes na sede da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N).
O responsável falava à imprensa à margem da cerimónia da apresentação do financiamento, pelo Norte 2020, de 30 milhões de euros em investimentos em saúde para a região, que no total chegam aos 50 milhões de euros.
“Vamos também fazer o mesmo com Braga, com o hospital de Braga e com os dois ACES que o drenam, o ACES de Braga e Gerês Cabreira, e vamos fazer o mesmo com o hospital de Gaia”, acrescentou Carlos Nunes.
No entender do responsável, a solução passa “pelos profissionais se sentarem e encontrarem soluções que podem ser de trabalhar em conjunto os cuidados de saúde primários com o hospital, de aumentar a capacidade de resposta dos cuidados de saúde primários”.
Também está pode estar em equação a criação de “canais mais fáceis para que o utente que vai aos cuidados de saúde primários, se é uma situação em que precisa de se deslocar ao serviço de urgência, encontre aqui uma via verde rápida para lá chegar”.
No entender de Carlos Nunes, é importante que o utente não tenha a noção de que vai para os cuidados de saúde primários perder tempo “e chega ao hospital e vai outra vez para a fila”.
“A situação não se responde assim numa pergunta numa entrevista, não é possível”, disse ainda, referindo-se à complexidade do problema em Portugal, país que lidera, na Europa, a ida às urgências hospitalares por 100 mil habitantes, e “mesmo relativamente ao país que está em segundo lugar”, Portugal tem “mais do dobro” dos pacientes.
Assim, é necessário “perceber qual é a razão de porque é que os utentes, perante uma situação que para eles é urgente ou é aguda, vão privilegiar o hospital em função de um serviço que está perto”.
Sobre proximidade, Carlos Nunes lembrou que os investimentos em cuidados de saúde primários apresentados na cerimónia de hoje, alguns deles já executados ou em contratação, “quem lançou o concurso destas obras, ao contrário dos anos anteriores em que era a ARS Norte que lançava”, foram os municípios.
“O primeiro ponto que está na descentralização de competências, é também a descentralização do investimento”, que “passa a ser uma competência partilhada entre a Saúde, a ARS Norte, e os municípios”.
“Já foi um primeiro passo neste trabalho de descentralização e estamos prontos para o continuar”, disse ainda Carlos Nunes.
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