País
Sindicato Independente dos Médicos alerta que atrasos podem provocar “catástrofe” no SNS
O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) alertou hoje que os atrasos causados pela pandemia no Serviço Nacional de Saúde (SNS) podem provocar uma “catástrofe” e desafiou o Governo a implementar uma “verdadeira retoma” da atividade dos serviços.
“O SIM exorta o Governo a que dê os passos que dele se espera, programando uma verdadeira retoma da atividade habitual nos serviços de saúde do SNS”, refere o sindicato liderado pelo médico Jorge Roque da Cunha numa carta enviada hoje à ministra da Saúde, Marta Temido.
Segundo a estrutura sindical, esta retoma da atividade atrasada no SNS deve passar por “dois instrumentos principais à disposição” do Governo, caso da contratação de mais profissionais de saúde e da determinação de trabalho suplementar.
“O Ministério da Saúde, ao invés de ter adotado uma ação continuada de contratação de mais profissionais de saúde, que já eram escassos antes de eclodir a pandemia, tem optado por afetar, em levas sucessivas, aqueles trabalhadores, de entre os quais os médicos, para cumprirem períodos de trabalho alargados no desenvolvimento de tarefas que os retiram do atendimento e acompanhamento aos seus doentes”, refere a carta que a Lusa teve acesso.
Segundo o SIM, esta opção tem inviabilizado a deteção de “inúmeras e graves patologias no tempo certo”, registando-se ainda “adiamentos perigosíssimos na realização de atos médicos e diagnósticos, mais ou menos complexos, mas em que a oportunidade é a chave inultrapassável para um bom prognóstico”.
De acordo com a mesma carta, a falta de profissionais de saúde verifica-se na emergência pré-hospitalar, nos hospitais e nos estabelecimentos que prestam cuidados de saúde primários.
Esta situação, segundo o sindicato, agravou-se com a pandemia da covid-19, uma vez que os profissionais que trabalham nos centros de saúde têm sido dirigidos para as áreas dedicadas aos doentes respiratórios e para a campanha nacional de vacinação que decorre desde o final de 2020.
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